Campanhas de incentivo precisam de estratégia para gerarem bons resultados
Ultimamente, têm sido apresentadas várias matérias sobre o assunto em jornais, revistas especializadas e sites que mostram vários lados desta ferramenta, mas sem uma conclusão efetiva se isto é bom, se vicia, se é uma ferramenta útil na motivação de profissionais ou mesmo no incremento de resultados – números que provam ou indicam uma produção superior ao que se conseguiria sem este esforço.
Enfim, o que é incentivo e para que serve?
Nada mais do que uma estratégia de motivação, cujo objetivo é motivar pessoas à ação.
Se olharmos a nossa história, o incentivo sempre existiu nos exércitos, na religião e no espírito olímpico, afinal, todos procuravam superar seus limites em troca de uma recompensa, fosse ela terrena ou espiritual e nestes tempos não se falava em remuneração e sim no fortalecimento do caráter, da fé e do exemplo de virtude.
As opiniões tão divergentes que temos hoje, provavelmente vêm de uma noção clássica do incentivo moderno, que quando começou, nem sequer havia uma nomenclatura ou empresas especializadas nisto. A produção era caseira, onde se viam expostos na sala do chefe, troféus ou a famosa televisão a cores (ou outra novidade eletrônica do momento), com um laço vermelho ou mesmo aumentos de comissão, que eram usados como a “cenoura” para que a equipe aumentasse suas vendas.
A comunicação era feita através de CI ou reuniões de vendas e a entrega do prêmio, para o profissional que se destacava, geralmente era feita em uma pizzaria ou cantina, com direito a abraços do chefe e aplausos dos colegas. Nesta época não havia a grande variedade de bares, choperias e casas noturnas que vemos hoje – estamos falando da década de 60.
As empresas cujos gerentes utilizavam como motivação os “Concursos de Vendas”, tinham o fato como iniciativa pessoal de seus gestores, mas após a constatação dos resultados e da atitude competitiva dos funcionários, começaram a encarar o incentivo como uma estratégia empresarial. A partir daí, começaram a surgir as primeiras empresas do setor, no início dos anos 80.
É verdade que com o surgimento de empresas especializadas, melhorou-se muito a qualidade da comunicação, com a introdução de um tema para as campanhas, período de duração definido, informativos personalizados e brindes motivacionais.
Estes instrumentos aumentaram o grau de importância das campanhas, já que a gestão passou a ser de uma uma agência especializada, contratada pela empresa, o que trazia confiabilidade e imparcialidade ao processo. No entanto, as formas de remuneração ainda seguiam os tradicionais prêmios em eletroeletrônicos, troféus e viagens de curta duração, em alguns casos.
Assim como as empresas e as necessidades dos profissionais mudaram, também mudaram as técnicas e estratégias das agências de incentivo até por conta do surgimento de várias empresas especializadas – a famosa concorrência saudável – o que trouxe novidades em opções de premiação, índices de satisfação e recall dos profissionais a respeito das regras e prêmios oferecidos.
Hoje o que temos é uma situação muito mais técnica e embasada em dados, já que as estratégias são traçadas junto aos clientes, que passaram a conhecer e utilizar com muita propriedade as técnicas de incentivo, com análises da sua realidade e negócio e o mais interessante é que estamos cada vez menos “pagando” a iniciativa e cada vez mais “reconhecendo” os bons profissionais.
Entre várias pesquisas realizadas nos clientes que atendemos e mesmo nas matérias disponíveis sobre gestão de pessoal, pudemos constatar que cada vez mais o profissional quer ter seu talento reconhecido, ou seja, ser respeitado pelos colegas e pelos gestores, se sentir valorizado pela corporação e vislumbrar crescimento dentro da empresa e isto certamente não se premia com produtos ou dinheiro e sim com exposição, comunicação e oportunidades. Porém, não podemos condenar o dinheiro como prêmio, pois há que se avaliar o tipo de profissional, ramo de atividade e quanto este tipo de reconhecimento pesa em sua motivação e desempenho ou contribui para o seu crescimento pessoal.
É fato que não podemos aqui dar uma receita de incentivo de sucesso, já que cada empresa tem sua história e cada objetivo demanda uma estratégia distinta, mas sempre que se lança mão desta ferramenta o intuito é motivar pessoas a agirem de uma forma diferente, o que não significa sempre aumento de vendas. Ou seja, podem existir objetivos qualitativos que envolvem a melhoria no atendimento e até mesmo do clima interno da empresa, assim como gerar idéias e planos que possam ser implantados na empresa a fim de solidificar seus negócios.
A conclusão que podemos tirar disto é que o ser humano valorizado, reconhecido e respeitado será um bom cidadão em casa e no trabalho. Afinal, o que todos nós queremos são oportunidades de crescimento, o que a meu ver é uma benção e uma virtude e é aí que as técnicas de incentivo estão à disposição para identificar, planejar e criar os meios para que empresas e profissionais cumpram seus objetivos e se sintam plenamente recompensados.