Não me vendam coisas
Desde o final dos anos 90 a tecnologia encheu o mundo de novidades, tantas que as pessoas e as empresas passaram a consumir vorazmente. Várias tendências surgiram, novos meios de comunicação, novas plataformas, redes sociais, enfim, a possibilidade de acessar clientes e vender produtos em qualquer lugar e a qualquer hora.
Passado o furor da novidade, ficamos com aquela sensação estranha de estarmos soterrados de informações e bombardeados de vários compre isso, aproveite aquilo e com o incômodo de não termos mais privacidade.
A qualquer hora que você acessa seu e-mail, são jogados na sua caixa de mensagem pelo menos 50 e-mails de coisas que você não quer, não pediu e não autorizou. Liga seu celular e recebe ofertas que nada tem há ver com você.
Mais o que eu me pergunto mesmo é: para quê? Qual o sentido? Qual o propósito? O que essas empresas querem ou esperam de mim agindo desta forma?
Somo movidos a sentimentos e emoções. Tudo o que compramos, gostamos, indicamos ou mesmo o que recusamos é porque nos causou uma impressão, criou empatia, mexeu com nossos valores e crenças. Ou seja, fez sentido.
É muito simples oferecer a uma empresa ou cliente mais um produto, ganhar seu dinheiro e seguir em frente, mas… O que isso vai gerar de benefício ao meu cliente? Com o que vai contribuir para a comunidade, a sociedade? Que impressão vai deixar?
A responsabilidade de um profissional de marketing é avaliar o todo e contribuir para sua melhoria, para ofertas de valor, de interesse e que trabalhem para o bem de todos e projete a empresa para o futuro, garantindo sua perpetuidade, porém com propósito e não por um simples modismo.
Novamente vejo um movimento surgindo, ou melhor, um ressurgimento: o do profissional de planejamento, pois ele busca a essência, o propósito, a razão para se criar um projeto harmônico, que leva em conta o ser humano, o meio e conduz a empresa e enxergar seus valores e oferece-los ao mercado de forma coerente e não apenas algo pontual e substituível pela próxima novidade.
Por isso eu digo: não me vendam coisas. Me de algo em que eu possa acreditar.